quinta-feira, 28 de julho de 2011

Do it


O que te faz feliz?






O que te deixa triste?




Nunca acreditei na felicidade ou em tristeza, mas sim em momentos! Momentos felizes e momentos tristes.
Mas o bom de se pensar assim é que bem ou mal, isso uma hora acaba e parece que nesse periodo entramos em standby aguardando um novo acontecimento que irá definir o novo periodo em feliz ou triste.

Olhamos para tras e vemos que "momentos" felizes ou tristes tiveram a mesma duração e intensidade, mas quando o "momento" esta acontecendo no presente parece que o peso da dor é maior e o sorriso é algo que passa tão rapido que ao fim de tudo nos sentimos estupidos por não saber aproveita-lo.
Você já parou para pensar que essa ideia de felicidade pode não ser uma verdade absoluta? Que talvés, mas apenas talvés nós sejamos tão egoistas e mesquinhos que só damos valor ao que temos e quem temos ao nosso lado quando acontece algum desastre e vemos na televisão familias inteiras destruidas e sem mais nada para recomeçar?




  



É importante se perguntar sempre: 

Sou é flexível, bem disposto e aberto para mudanças? Eu olho para a vida positivamente, me recupero logo dos revezes e acho que tenho tudo sob controle? Minhas necessidades básicas como saúde, dinheiro, segurança, liberdade de escolha e senso de comunidade estão sendo atendidas? Posso contar com ajuda de pessoas próximas, me concentrar no que faço e me envolver em atividades que me dão uma sensação de ter um propósito?  
     

    Segundo o dicionário da lingua portuguesa:
    felicidade
    (latim felicitas, -atis)

    s. f.
    1. Concurso de circunstâncias que causam ventura.

    2. Estado da pessoa feliz.

    3. Sorte.
    4. Ventura, dita.
    5. Bom êxito.
    a felicidade eternaa bem-aventurança.









    "Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a chorar em Paris"




    terça-feira, 10 de maio de 2011

    Estação Carandiru

    A duas semanas atrás tive que fazer um trabalho de faculdade em que a "ideia" era mostrar a mudança ocorrida em um local. 
    Poderíamos ter escolhido uma praça e falar sobre os idosos que jogam damas e xadrez durante o dia e nesse mesmo ambiente falar dos "manos" que fumam "um" durante a noite. Mas ao invés disso nós queríamos algo mais desafiador, foi então que pensamos em vários lugares e historias aqui de São Paulo, tais como, cracolândia, edifício Joelma e até mesmo a rua 25 de Março.
    Foi então que surgiu a ideia de fazer um trabalho sobre onde foi um dia o Carandiru e o que é hoje.


     O Carandiru foi construído na década de 20 e por mais que possa parecer errado, a Casa de Detenção de São Paulo, assim originalmente chamada, era um presídio modelo e estava apta a atender as normas do código penal brasileiro.
    O complexo penitenciário por 46 anos foi o maior da América Latina, chegando a mais 8 mil presos. Mas o massacre de 1992 onde morreram 111 presos foi o "basta" e assim no ano de 2002 o Carandiru começou o seu processo de desativação dando espaço para o que hoje conhecemos de "Parque da Juventude".



    Quando eu e meu grupo de amigos da faculdade chegamos lá em uma manhã de sol pensamos em como começar a contar essa historia e quem poderia ser seus frequentadores habituais que também um dia frequentou o Carandiru.
    Foi quando encontramos uma senhora sentada em um banco, ao seu lado um bolsa vermelha e uma sacola plástica mostrando claramente haver um saco de pão lá dentro. Vou chama-la de Srª M.

    Me aproximei dela e perguntei se ela era frequentadora do parque e se morava próximo a ele. Ela prontamente respondeu que sim. Estávamos diante da pessoa que procurávamos para a entrevista mas não tínhamos ideia de que a historia iria nos pegar de surpresa.

    Srª M tem 51 anos e segundo seus relatos viveu na rua quando era jovem. No inicio da conversa ela nos disse que tinha 2 primos e amigos presos no Carandiru e que frequentava o parque para lembrar deles, já que foram vitimas do massacre e que não achou uma boa ideia fazer a praça, porque agora só restou um lugar onde você senta e pensa em tudo o que aconteceu. "Olho para aquelas janelas (antigos pavilhões, hoje Etec's) e não consigo ver outra coisa a não ser as roupas dos presos penduradas e eles com as mãos para fora pedindo socorro"
     Segue trechos da entrevista:

    Srª M: Para quem não entende o outro lado da vida, fica difícil entender o que aconteceu aqui. Não venho mais a noite aqui porque da ultima vez sai desmaiada.
    Pergunta: Onde estamos sentados agora (entrada do parque) o que era?
    SrªM: Era onde a gente passava para ser revistada e era terrível, eu sei que era o dever deles. Mas tinha muita gente de idade que aguardava na fila... era terrível.... eles "punham" espelhos para tudo quanto é lado, manda você tirar toda a roupa.
    Pergunta: Era humilhante?
    M: A gente já vinha naquela situação. Acho assim, a gente que vinha visitar jamais ia querer prejudicar a pessoa que estava aqui, mas tem uns bicho que acha que trazendo alguma coisa vai passar...é muito difícil de passar, porque tem muitos "pulicia" que é corrupto que ajuda a passar.
    P: O que seria interessante ter feito no lugar do presidio além do parque?
    M: Uma loja, um shopping...uma coisa para não ficar parado. Meu filho me perguntou o que era aqui. Eu não respondi... aqui sempre foi um parque... então meu filho me disse mas aqui é muito deserto, então não aguentei e contei. Então meu filho me perguntou onde meu tio ficou e onde meu PAI ficou? Respondi, que aqui era uma detenção. Ele me perguntou mais uma vez, então foi aqui que meu tio e meu pai morreram? E eu disse foi. Sai daqui arrasada. Meu marido já tinha cumprido a pena e estava aguardando a liberação, mas morreu no massacre. 
    P: Tinha muito detento que estava aguardando essa liberação?
    M: Tinha... e a maioria morreu! Deixou família para trás e hoje os filhos estão "tudo" assaltando aqui em Santana.
    P: Em uma cela que cabiam 4 eram 8?
    M: Tinha cela que tinha mais de 10, um em cima do outro...esperando o outro acordar para poder deitar lá no chão e dormir... eram tratados pior que bicho.







    A entrevista foi longa.... mais de uma hora. Muitas coisas relatadas não posso postar aqui porque são delatadoras.
    Uma das historias que SrªM nos contou foi de sua sobrinha que tem duas filhas, uma de 8 e uma de 6 e o pai delas esta preso. Nos contou o motivo da prisão são coisas que vemos apenas na tv. Ele abusou das duas filhas e antes de ser preso deixou a esposa cega de um dos olhos. 
    Penso em como é possível um pai fazer isso com as filhas. 
    Quando uma das menininhas chegou a SrªM disse a ela: Mostra para eles onde o papai machucou? E ela apontou apontou para seu órgão sexual.
    Presenciar essa cena foi surreal, a sensação de não estar ali e que estava assistindo algum jornal na tv.

    Saimos de lá com um peso nas costas .... um sensação de que reclamamos muito da vida e não damos valor a quase nada. 
    Fecho os olhos e ainda consigo ver cada detalhe do lugar, escuto a voz daquela senhora sofrida com tantos fardos para carregar ainda aos seus 51 anos. E o pior de tudo sem perspectiva nenhuma de vida.

    quarta-feira, 13 de abril de 2011

    Closer - Perto demais

    É uma atípica história de um retângulo amoroso 
    É um mundo de muitas mentiras e poucas verdades, onde o objetivo de cada um é o mais óbvio possível: a felicidade ou o prazer próprio.
    O filme não tenta ter um final surpreendente ou comodista – ele funciona como a realidade funciona, ou seja, nem tudo dá certo para todos.
    Em "Closer", não há amor verdadeiro, apenas uma projeção de expectativas que jamais é suprida.
    O grande mérito deste filme, é assim como a maioria das pessoas se comporta na vida real: criaturas irracionais e insatisfeitas em busca de prazer. Os conflitos de "Closer" são os mesmos conflitos que milhares de pessoas enfrentam todos os dias, em nossa jornada constante em direção à felicidade.    

    Essa parte do filme é onde a verdade nua e crua entra e desestrutura completamente a outra pessoa. Na minha opinião é o grande xeque-mate!                                                             

    Tenho vivido meio "Closer" durante algum tempo e hoje me coloquei no lugar de vários personagens na historia. Ví uma relação desfeita pelo impulso do prazer de um outro alguém e de repente enxergar nisso uma oportunidade de olhar para trás e ver que a vida segue. 
    E por mais que digam: É melhor ficar com quem está porque no mundo lá fora está difícil encontrar alguém.
    Então eu a pleno pulmão grito: ISSO SÓ DEPENDE DOS LUGARES QUE VOCÊ FREQUENTA, PORQUE ONDE VOU ...... (sem mais explicações).

    Obrigado pessoal e até o próximo ....